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O PATRIARCA BUDISTA DISSE

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"O Patriarca Budista disse: «Deixa-me fazer uma aposta contigo. Se tiveres a capacidade de dar um salto mortal para fora desta minha palma direita, considero-te o vencedor. Não precisarás levantar tua arma em batalha, porque pedirei ao Imperador de Jade para que viva comigo no Oeste e deixe para ti o Palácio Celestial. Se não puderes saltar de minha mão, voltarás à Região Inferior para seres um monstro. Trabalharás por mais alguns kalpas antes de causares mais problemas.» Quando o Grande Sábio ouviu isso, disse a si mesmo, rindo: «Como este Tathāgata é tolo! Um único salto meu pode levar o velho Macaco a cento e oito mil milhas, já sua palma não tem nem um pé de largura. Como eu não poderia pular para fora dela?» Rapidamente ele perguntou: «Estás certo de tua decisão?» «Certamente que sim», disse Tathāgata. Ele estendeu sua mão direita, que era do tamanho de uma folha de lótus. Nosso Grande Sábio guardou seu obediente bastão e, evocando seu poder, pulou em cima da mão do Patria

DESDE QUE O DIVÓRCIO

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"Desde que o divórcio entre o trabalhador e o solo ocorreu, os distritos agrícolas e o mundo civilizado lá em cima dependem das cidades para a colheita das safras. Então, quando a terra está transbordando sua madura riqueza até o desperdício, o bando da rua, que foi expulso do solo, é chamado de volta mais uma vez. Só que na Inglaterra eles retornam, não como pródigos, mas ainda como exilados, como vagabundos e párias, para serem estranhados e desprezados por seus irmãos do campo, para dormirem em cadeias e celas ocasionais, ou sob as sebes, e para viverem Deus sabe como. Estima-se que só Kent requeira oitenta mil das pessoas de rua para apanhar seu lúpulo. E de fora elas vêm, obedientes ao chamado, que é o chamado de suas barrigas e das duradouras escórias de desejo de aventura ainda nelas. A favela, o tumulto e o gueto escoam-nas para fora, e o conteúdo supurante da favela, do tumulto e do gueto não diminui. Ademais elas ocupam o país como um exército de fantasmas famintos, m

O OITAVO FILHO

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Certa feita Shantanu, o Rei de Hāstinapuram, apaixonou-se por uma donzela. Ele lhe pediu a mão em casamento e a donzela, igualmente atraída, acedeu. Entretanto ela estabeleceu certas condições — que nunca fosse questionada quanto a quem é ou o que fez. Ele concordou e eles se casaram. Ela era um esposa perfeita em todos os sentidos. Após um ano ela lhe concebeu um menino. Na calada da noite ela afogou a criança no rio Gaṅgā. O Rei não pôde acreditar. Mas, preso a sua promessa, não podia perguntá-la por que fez isso. Outros dois anos se passaram e ela lhe concebeu outro filho. Novamente, na calada da noite, ela o atirou dentro do rio. A mesma sorte tiveram outros cinco filhos. Como o mesmo estava para ocorrer com o oitavo filho, Shantanu desembainhou sua espada e disse: «Por que fizeste isso? És uma esposa ou uma demônia?» Ela disse: «Shantanu, sou a Deusa Gaṅgā. Estes filhos foram amaldiçoados por um sábio chamado Vaśiṣṭha a nascerem na Terra por terem roubado sua vaca sagrada

ENTÃO UMA ASSMEBLÉIA GERAL

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"Então uma assembléia geral dos gregos foi realizada em Istmo, onde uma votação foi aprovada para iniciar com Alexandre uma expedição contra a Pérsia, e ele foi proclamado seu líder. Por conta disso muitos estadistas e filósofos vieram parabenizá-lo e ele esperava que Diógenes de Sínope, que permanecia em Corinto, fizesse a mesma coisa. Mas já que o filósofo não deu a menor atenção a Alexandre e continuou a desfrutar de seu lazer no subúrbio de Cranêion, Alexandre foi em pessoa vê-lo e o encontrou deitado ao sol. Diógenes, quando viu tantas pessoas vindo em sua direção, levantou-se um pouco e fixou os olhos sobre Alexandre. Quando o monarca se dirigiu a ele com saudações e perguntou se queria algo, «Sim», disse Diógenes, «que saias um pouco da frente de meu sol». Diz-se que Alexandre ficou tão impressionado com isso e tão admirado com a altivez e a grandeza do homem que não tinha nada senão desprezo por ele, que disse a seus seguidores, enquanto riam e zombavam do filósofo ao ire

MINHA AUSTERIDADE ERA TAL

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"Minha austeridade era tal, Sāriputta, que eu andava sem roupas, zombando das regras de decoro, lambendo as mãos após as refeições, não atendendo quando chamado (...), eu não aceitava peixe ou carne, nem bebidas alcoólicas, vinho ou mingau de arroz fermentado. (...) Eu subsistia de raízes e frutas da floresta, comendo as frutas caídas. Eu me vestia com cânhamo, com mortalhas, com trapos, com casca de árvores, com pele de antílopes, com tiras de pele de antílopes, com capim, com cabelos humanos, com pelos do rabo de cavalos, com penas das asas de corujas. (...) Eu usava um colchão de espinhos, fazendo dele minha cama. (...) Eu me alimentava com imundície, dedicando-me à prática de comer os quatro tipos de imundície: esterco de vaca, urina de vaca, cinzas e argila. (...) Assim era minha austeridade. (...) «Ora causticado pelo dia, ora regelado pela noite, solitário em selvas aterradoras, nu e sentado sem fogueira, o sábio permanece em sua busca.» Eu fazia minha cama nos ca

PER ME SI VA

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Per me si va ne la città dolente, per me si va ne l’etterno dolore, per me si va tra la perduta gente. Giustizia mosse il mio alto fattore: fecemi la divina podestate, la somma sapienza e ’l primo amore. Dinanzi a me non fuor cose create se non etterne, e io etterno duro. Lasciate ogne speranza, voi ch’intrate.

A NEGRA FÚRIA CIÚME

Morre a luz, abafa os ares Horrendo, espesso negrume, Apenas surge do Averno A negra fúria Ciúme. Sobre um sólio cor da noite Jaz dos Infernos o Nume, E a seus pés tragando brasas A negra fúria Ciúme. Crespas víboras penteia, Dos olhos dardeja lume, Respira veneno e peste A negra fúria Ciúme. Arrancando à Morte a fouce De buído, ervado gume, Vem retalhar corações A negra fúria Ciúme. Ao cruel sócio de Amor Escapar ninguém presume, Porque a tudo as garras lança A negra fúria Ciúme. Todos os males do Inferno Em si guarda, em si resume O mais horrível dos monstros, A negra fúria Ciúme. Amor inda é mais suave, Que das rosas o perfume, Mas envenena-lhe as graças A negra fúria Ciúme. Nas asas de Amor voamos Do prazer ao áureo cume, Porém de lá nos arroja A negra fúria Ciúme. Do férreo cálix da Morte Prova o funesto azedume Aquele a quem ferve n'alma A negra fúria Ciúme. Do escuro seio dos fados Saltam males em cardume: O pior é o que eu sof